UM QUIPO DE TERROR IMEMORIAL: “VIOLÊNCIA MÍTICA” E “MERA VIDA” EM BOM DIA PARA OS DEFUNTOS, DE MANUEL SCORZA
Resumo
O presente artigo investiga a violência inscrita em Bom dia para os defuntos, de 1972 (intitulado Redoble por Rancas (1970) no original), do escritor peruano Manuel Scorza (1928-1983). O romance recria a luta dos camponeses indígenas quéchuas contra os latifundiários e a mineradora norte-americana Cerro de Pasco Corporation, nas décadas de 1950 e 1960. Para a análise, utilizarei os conceitos de “violência mítica” e “mera vida”, elaborados por Walter Benjamin no ensaio de juventude Para crítica da violência. Com base nesses conceitos, a relação entre o direito, o poder e a violência em Bom dia para os defuntos é exposta de maneira mais incisiva na ficcionalização scorziana da história.
DOI: 10.18304/1984-6614/scripta.alumni.n15p18-32
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